Aceitou o Desafio: Steh Boaventura #desafioartegorda
O livro ~mais antigo do mundo não poderia deixar de ser também machista, né? Obviamente escrito por homens, a Bíblia Sagrada é o leito onde repousa parágrafos de violência e versículos de obrigatoriedade da mulher, que é descrita como serva submissa ou moeda de troca.
Além de gravidez obrigatória, fidelidade, monogamia; condenação da menstruação e condenação a morte. Esse livro é oh… uma coisa indigesta. A imagem que os cristãos tem de seu Deus, é a figura de um homem. Autoritário e pronto a castigar ou redimir seus filhos, esse Deus sabe apontar o que é macho. Abaixo, alguns exemplos terríveis…
”Quando um homem e uma mulher se unirem com emissão de sêmen, se banharão e ficarão impuros até a tarde. Se uma mulher menstruar, ficará impura até sete dias após o término do fluxo, sendo que tudo o que ela tocar ficará impuro até a tarde. Se alguém tentar tocá-la ou tocar em um móvel deixado impuro por ela, ficará impuro até a tarde. Quem se juntar a ela durante este período ficará impuro por sete dias”. – Levítico 15:18-33
”Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar”. – I Pedro 3:7
”A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus”. – I Coríntios 11:3
Logo, temos o conceito amplamente aceito e reproduzido: o homem é o que tudo sabe e tudo guia na família. A mulher boa é obediente, cumprindo piamente a concepção de criação cristã que é machista por excelência; a mulher é criada para atender as necessidades do homem (seja do avô, pai, irmão, marido). Vale lembrar da expulsão do paríso, que acontece porque Eva “cai” na tentação da serpente e leva Adão junto. O castigo dele foi trabalhar e o dela, parir filhos de partos repletos de dor. Ou seja, tudo culpa das mulheres. Do início ao fim.
Mas a Steh trouxe um trabalho de sua autoria que dialoga nessa sentido, questionando através da arte, essas mulheres na bíblia. Uma série de desenhos incríveis e muito pertinentes. Apenas agradecida por ter conhecido esse trabalho, Steh! Obrigada <3
Olá!
Meu nome é Stephanie, mas me chamam mais de Steh. Sou fotógrafa de Belo Horizonte e trabalho, principalmente, com retrato e ensaios afetivos. Sou feminista, bissexual e casada com o André Persechini, que também participou do desafio.Apesar de ter formação em Artes Visuais, nunca fui muito de desenhar. Mas no ano passado, na época em que o Feliciano foi escolhido para a presidência da CDH, fiz um trabalho em desenho que chamei de “A vós bradamos, as degredadas filhas de Eva”.
É uma série de desenhos de corpos nus de mulheres sobre folhas avulsas da Bíblia. Fiz, inicialmente, oito desenhos para a série, que divulguei na véspera do 8 de março, mas apesar da intenção de fazer muitos outros, acabei não mexendo mais com eles.
Quando fiquei sabendo do desafio, fui procurar entre esses desenhos algum que representasse o corpo gordo, mas percebi que eu não tinha desenhado mulheres gordas. Representatividade é importante demais e esse apagamento dos corpos que desafiam o padrão é tão internalizado na gente que eu nem percebi, na época, a falta de diversidade nos corpos representados.
Fiz então esses dois novos desenhos para a série e envio para o #desafioartegorda.Já que retomei o trabalho, pretendo continuar alimentando a série com novos desenhos, sempre pensando na importância de representar a diversidade dos corpos femininos.
Para ver as outras imagens da série “A vós bradamos, as degredadas filhas de Eva”:
http://stehboaventura.weebly.com/projetos/a-vos-bradamos-as-degredadas-filhas-de-evaMeu trabalho como fotógrafa pode ser visto aqui http://stehboaventura.weebly.com/
Página do Facebook: https://www.facebook.com/stehboaventuraTwitter: @paranoid_steh
#desafioartegorda Participe você também! Saiba tudo clicando aqui.
Já aceitaram o desafio: Giovana Macedo, Andé Persechini , Philipe Daluz, Ellen Emerich, Karina Beraldo, Chica Batella ,
Andreia Ribeiro, Francis Divina, Sergio Rossi, Ezio Rosa, Thalyta Hellora, Joana Lorenzetti, Anna Lima, Jéssyca Nobre, Richard Lawrence, Carol Marques, Vilson Gonçalves