Natural é não odiar seu corpo


Olha, vou confessar: a websfera não é a minha pira. Conheço uma galera ligada em tudo que bomba no twitter, facepage’s + visitas, música nova lançada no Soundcloud (Que eu descobri recentemente)…. mas eu sou um tanto quando alheia a isso tudo. Mas aí que eu tive um tempinho aqui no trabalho, e saí fuçando uns sites afim de gastar o tempo excedente. Pois bem, achei uma matéria que me incomodou. 
 
Foi num site de culturapopvirtual (que visito às vezes), onde foi publicado uma matéria sobre o surgimento de  uma espécie de ‘campanha’ em prol da “Barriga negativa”. 
Mulheres, algumas famosas e outras não, exibindo diariamente suas barrigas hiper-saradas, na frente dos espelhos da academia ou do elevador. Vestido malha de ginástica e tênis esportivo. Barrigas duras e definidas são mostradas com muito orgulho por elas. 
 As representantes virtuais levantam a bandeira e incentivam milhares de mulheres (sim, porque o alvo principal somos nós. Os homens podem ter barriga de qualquer forma, é tudo ok)   com as hashtags#senãoficacombundão, #projetobarrigadura e #salvandobundas, #barriganegativajá”, mostrando uma verdadeira válvula impulsionadora do controle da auto-imagem. Dando dicas e fazendo sorteios praquela que enviasse a melhor foto durante o treino, podendo ganhar um Ipod. Tudo isso para ter e convencer as outras de terem também, uma barriga absolutamente reta. 
 
Nisso tudo, eu só percebo mais um estímulo exacerbado que pode culminar em distúrbios alimentares. Esse é o resultado grotesco da mídia sob a mulher: ela vendendo a imagem de que só se é saudável and feliz, se for muito magra e sarada “definida”. 
Não é de hoje que eu não concordo com esse tipo de coisa, não é de hoje que eu percebo que números na balança não dizem absolutamente nada sobre mim, sobre minha personalidade e meu bem-estar. Não é de hoje, porém, que a cada dia mais, meninas e mulheres sofrem de anorexia e bulimia para acompanhar esse “ritmo” imposto pelas mulheres no Instagram, por exemplo. 
 
 
autoria desconhecida
 
Eu não vou colocar aqui as fontes da onde eu tirei essa notícia, pois tem muita imagem desnecessária que pode causar mal à quem ler. Não vou dar visibilidade para magreza excessiva com a máscara da saúde.
 
As pessoas gostam de usar a magreza como escopo da saúde. Gostam mesmo é ignorar que tudo é feito para atingir um padrão exigido pela sociedade para se considerar “bonita” e “com saúde”. 
E negam [aqueles que apoiam a magreza] veementemente que não é um caso de estética, mas sim, de saúde. 
 
Eu não acredito nisso por motivos muito simples e diretos: Quando  uma pessoa gorda diz estar bem de saúde, sempre há a dúvida quanto ao que é dito. “Você não está tão bem de saúde… tá um pouquinho gordinhx, hein… RSRS”  percebe-se que o mesmo não acontece quando quem profere essa frase, é uma pessoa magra. Ninguém questiona a magreza. Porque né? Se tá magra é porque tá bem, saudável! Só que não.
 
Every single human being, no matter what their size, colour or race is a beautiful creation. We shouldn’t embrace these false idealisms, and instead be happy with what and who we are. – David HefferThis picture is titled Friends by BareLight from Deviant Art 
 
 
 
 
Não é de hoje que eu bato na tecla de que magreza não é igual a saúde perfeita. Os bons hábitos alimentares são inerentes à TODXS, cabendo a cada pessoa saber do que melhor necessita. Sendo magrx ou gordx. 
Socialmente falando, ignoram os metabolismos diferentes, os estilos de vida diferentes, a hereditariedade  a especificidade de cada pessoa, as condições geográficas e financeiras, afim de moldar a todas -falo todas porque o principal alvo da magreza são as mulheres- como Barbies, mulheres simétricas à indústria da moda…. Sem direito à se sentir bem, sem direito a ter uma auto-estima de verdade que não seja aquela pré-programada. 
Isso me entristecesse constantemente. Mulheres, alvos das campanhas publicitárias de emagrecimento, de roupas cada vez menores, de shakes diets, de remédios inibidores de apetite. Mulheres de frente com a mídia misógina. 
 
 
 
 
 
 
Esse post, não é para criticar mulheres que são adeptas da “barriga negativa”, do “#partiuacademia”, do “0% de gordura” e afins… Não, não é. Eu só quero que todas nós nos tornemos protagonistas dos nossos próprios corpos, das nossas próprias formas sem ficar depressivas com isso. 
 
Eu só quero que a balança não pese o quanto você deve ter de auto-estima ou o quanto você pode se amar ou se sentir bem hoje. Eu quero, de verdade, mais mulheres lutando pela autonomia do seu corpo; de saber que pode comer o que quiser (sem depressão depois) que isso não vai fazer delas menos digna de beleza. 
 
Precisamos nos questionar mais, constantemente. Entender qual é o mote para as propagandas e campanhas que nos fazem mal. Porque esses veículos midiáticos humilham nossos corpos todos os dias com essa misoginia televisionada&impressa. Entender que todas nós nascemos com um alvo desenhado na testa porque somos mulheres. E todos os dias, nos lembrar de que a magreza excessiva não é o natural. Natural é o seu corpo como ele é, natural é procurar por coisas que te fazem bem e não que te fazem emagrecer obrigatoriamente. 
 
 
Natural é não odiar seu corpo.