Sexo Gordo e o corpo que balança (+18 porque não quero ser processada) #NFSW
(sugestão da casa: Um play nessa música maravilhosa de ouvir, pfvr)
Há quem diga que o sexo não é tabu nos dias atuais e eu tenho que discordar disso. Fala-se sobre sexo de forma repetitiva (posições sexuais, áreas herógenas, o que fazer e o que não fazer, o que pode e o que não pode) ou então, de forma científica: estudiosos analisando o cérebro na hora do sexo, depois do sexo; prevendo o momento do gozo e do orgasmo, hormônios que são liberados e hormônios que não são liberados no ato sexual. Mas e os pequenos detalhes? Ninguém comenta, né? Há muito pudor ainda, por isso comentam na superfície, ou então, à fundo demais -hormônios, terminações nervosas, adinfinitum.
Minha mãe nunca conversou sobre sexo comigo. Fui descobrindo sozinha e da pior maneira: eu assistia filme pornô na adolescência e aquilo era meu único parâmetro pra sexo, uma vez que nem entre as amigas esse assunto era o mais comentado. Confesso que assistir filmes de sexo causou uma confusão mental em mim. Eu via aqueles filmes (héteros mainstream, a princípio) e não gostava da maneira que estavam postos. Não sei… não gostava mesmo. Eu não tinha ideia da minha lesbiandade naquela época, mas eu sabia que não me agradava, mas o motivo mesmo só fui descobrir depois de anos…
Eu ficava pensando porquê era tudo igual e mecânico, porque as câmeras focavam nas genitais e porque era sempre uma mulher que chegava do nada num quarto e começava a fazer um boquete no cara. Passavam horas naquela cena. Eu achava nojento aquilo, sério. Também assisti filmes lésbicos. Era com mulheres que tinham vagina e eu não sei ponderar o quão estranho eram aqueles videos com elas. Umas posições esquisitas, unhas longas e salto alto pra transar. E o que dizer daqueles dildos engraçados que mal conheço e já não curto pacas? Pois é!
Bizarrices à parte, foi isso que conheci sobre sexo, tesão, excitação, prazer. Por isso que escrevi no início que foi “a pior maneira” para mim.Eu conheci um sexo com roteiro escrito que era direcionado à um público específico e não a mim.
Longe de qualquer parâmetro no quesito sexual, percebi que teria de descobrir sozinha o que era o sexo e como ele seria útil a mim. Porque aqueles exemplos videográficos não me contemplavam e passavam longe de me excitar.
A ideia de que o ato sexual deva seguir uma linha de acontecimentos programados é ridícula. O que nos mostram a todo momento a respeito de sexo, envolve uma gama de corpos com determinadas características físicas, envolve posições ditas ~melhores~ e envolve uma perfeição no desenrolar do ato. Um conjunto pronto, vendido em doses separadas através de revistas, vídeos, filmes, posters, etc; que se unem em harmonia para enfraquecer nosso sentimento de pertencimento do ato sexual.
Sentimento de pertencimento do ato sexual: É quando agimos de acordo com o que desejamos para aquele momento, descartando toda e qualquer influência performática destrutitva. Aí agora vocês podem pensar “puxa, mas que radical ela é…” e eu sinto muito em lhes trazer uma realidade pouco dita, mas quantas histórias temos conhecimento de amigas que se privaram de fazer algo da maneira que gostariam em prol de agradar ao outro (ou, à outra) e não a si mesma?
Quantas posições eu deixei de fazer porque fiquei pensando na minha barriga flácida mexendo?
Quantas vezes eu deixei de falar que “daquele jeito” não estava gostoso?
Quantas vezes eu fiquei numa posição que me incomodava mas eu passei por cima disso e continuei pra não ~quebrar o clima~?
Quantas vezes evitei transar por me sentir ~gorda demais~ pra isso!?
Quantas vezes deixei de falar sobre o que eu preferia?
São muitas perguntas e eu não tenho aqui a pretenção de responde-las como quem detém algum conhecimento superior acerca da sexualidade alheia. Não. Muito pelo contrário. Compartilho minhas inquietações por motivos de: não tá fácil pra ninguém!
E aliás…Ninguém me falou que no sexo, eu também deveria sentir prazer.
Ninguém me falou que ser gorda e querer transar, seria motivo de aflorar minhas inseguranças em níveis estratosféricos.
Ninguém me disse que meus seios balançariam em determinados momentos, nem que minha barriga idem.
Esses mesmos seios, quando deitada, se esparramariam pros lados – porque é impossível desafiar a gravidade, migas
Ninguém fala das coxas gordas, que junto à outra coxa gorda, não fazem aquela posição tão aplaudida nos filmes pornôs; mas que essas mesmas coxas conseguem estabelecer uma sintomia e formar uma outra posição que nunca foi nos apresentada como possibilidade.
Ninguém diz que tá tudo bem não conseguir enxergar a outra pessoa te fazendo sexo oral e que isso não é impeditivo pra uma sensação de prazer. Ninguém comenta pra não seguir o que dizem ser ‘adequado’ e seguir aquilo que mais condiz com a existência do meu corpo.
Ninguém fala do corpo gordo em prazer. Que as dobras não deveriam ser intocáveis. Que os seios grandes quando caídos, não excluem o prazer.
Esse ato sexual plastificado e lotado de pseudo-perfeições intensifica o tabu sobre o sexo, uma vez que falam-se disso só através do que já está posto – e, consequentemente, hegemônico-, perpetuado por vários motivos.
Não há nada de errado com o balançar do seu corpo na hora do sexo. O incômodo que isso nos causa vem de toda essa rejeição ao corpo gordo que é perpetuado em todas as mídias. Desde cedo nos enfiaram goela abaixo que pra ser bonita e sexy nada tem que mexer. Que tudo precisa ser estático e plastificado. Perfeito e desumano. Sem reação alguma, ou melhor, reações pré-determinadas por outrém.
Sexo é algo sublime que mexe com o nosso corpo -literalmente,- todas as tais terminações nervosas, todos os nossos sentidos. O corpo reage à um estímulo e essa reação vem de inúmeras maneiras. Errado é acharem que corpo deva perder todos os sentidos e reações na hora do sexo. Errado é essa ideia que impregna nossas mentes de que é feio ou não excitante o balançar os seios, das coxas, da barriga gorda.As melhores posições sexuais são aquelas feitas de acordo com que nos causa prazer e excitação. São estas, testadas e percebidas como melhores para nós.
PS: Deixar o corpo existir tal qual como ele é, só significa que é tudo pra você, por você. Sempre.
Nossa, você disse tudo exatamente como acontece, me vi nesse post.
Muito bom o texto, você tem uma sensibilidade ótima para escrever.
Parabéns! =)
Cara… ler isso tudo me deu um puta alívio. Mesmo já pensando assim, com cada coisa que li, fui me identificando. Essa idéia de sexo e movimentos perfeitos não existe. Já deixei várias vezes de fazer certas “posições”, com medo de mostrar minhas dobrinhas. Com medo de meu peito balançar demais, e minha barriga também. E toda vez que pensei assim, ao invés de se tornar prazeroso, se tornou frustrante. Já deixei até mesmo de transar, por achar que o parceiro (a) não iria gostar do que visse.
Parabéns. Sempre acompanho blog!
Lindo texto. Obrigada por compartilhar conosco essa coragem, expondo essas inquietações que, ainda que íntimas, são mais coletivas do que pensamos.
Linda a maneira como você descreve o sexo. E com muito carinho.
Gostei muito de conhecer o seu blog. Obrigado pela partilha e continue se amando! Você é linda(o). Continue assim.
Um beijo e um abraço bem apertado.
Fabrício
Oi Renata,
fico muito feliz que tenha gostado! <3 Obrigada!
Oi Ana,
pra você ver como não compensa ignorar a existência dos nossos corpos. É só com o nosso que podemos contar na hora do sexo, para fazer desse ato um verdadeiro prazer.
Obrigada pelo comentário.
Beijos!
Oi Pilar,
falou tudo: são mais coletivas do que pensamos!
Obrigada pelo comentário.
Um beijo!
Que texto mais lindo!
Que ensinamento você deixa aqui!
Fantástico!
Muito obrigada Ligia! <3
Fantástico, sensacional, espetacular…sem palavras!
É exatamente isso!
São questionamentos que eu me fazia por minha ex namorada e pela atual também. Sou magrinha toda vida e talvez não por coincidência as duas são gordas. Eu acho lindo mesmo. Mas é difícil porque não estou na pele dela, meu amor não é capaz de explicar que “gordo” não deveria ser ofensa, eu não passo pelo que ela passa. Mesmo parecendo tão segura na cama, carinhosa, ao mesmo tempo nos dando o direito de tentar de TUDO ou então de não fazer algumas coisas mais por algum desconforto causado, ela ainda tem problemas com isso, “socialmente” digamos assim. Já recomendei o blog. Já enviei esse post agradecendo por ter alguém que não liga (e assim me ensinou) a não ligar tanto para modelos perfeitos de sexo. E quero agradecer a você, por expressar algumas coisas que eu nunca conseguiria pra deixar tantas meninas mais confortáveis.
Fiquei muito feliz e também aliviada em ler esse post. Fico com um menino super cabeça aberta e me privo bastante de muitas coisas, principalmente luzes acesas. Mas trabalho para isso mudar e esse texto ajudou e muito.
Obrigada :}
Oi, Jéssica.
Queria agradecer por esse texto e pelo seu blog. O texto me ajudou a ver as coisas com mais leveza, ver as minhas relações com mais leveza. Fiquei com mais vontade de experimentar e não de desistir – sou dessas que “não consegue gozar”.
Além disso, eu tenho um corpo que não é perfeito mas que está bem mais perto do esteriótipo de perfeição do que o da “gorda e sapatão” que você retrata aqui. Então você pode imaginar como a vida me mimou ao mesmo tempo que disse que eu nunca seria boa o suficiente.
É bom ler seus textos pra, cada vez mais, abrir mais minha cabeça, me libertar e melhorar minha sororidade.
Continue o trabalho lindo e, mais uma vez, obrigada.
Adorei!
sou hetero e mesmo assim nunca fiquei confortável com pornô.
Sempre procurei filme diferentes dos habituais… sempre achei nojento, violento, bruto e impessoal. Como ser impessoal quando compartilha o corpo de alguém? Não falo como uma romântica, mas como uma pessoal. Mesmo o sexo casual não pode ser impessoal, é total e completamente sobre você, tem coisa mais pessoal que isso. Mas nesses filmes, que também assisti quando adolescente, a mulher nem pessoa é.. é um objeto para o prazer masculino. Talvez por isso sempre preferi o pornô lésbico, mesmo bizarro, me parecia mais real no quesito do prazer feminino.
Engraçado, porque cinema é assim, você se identifica com a personagem. Óbvio que mulheres vao se identificar mais facilmente com a personagem mulher em filmes pornôs… vai ver por isso nunca gostei do mainstream hétero de pornô: não quero me identificar/nao consigo com uma mulher que é abusada, maltratada, despersonalizada durante o ato sexual.
Grande abraço
Jessica, precisava te dizer uma coisa: que texto foda! Arrasou muito!
me identifiquei muito com o texto, mas bem mais que isso tudo aí, o que mais me incomoda é o “tomar banho juntas”, é o sonho da minha namorada que eu não consigo realizar, ela é bem magrinha.. ja chegou a níveis extremos kkk e até ja tomei banho de roupa… ela sempre diz que não tem problema nenhum, que ela gosta assim… mas eu MOORRO de vergonha..
Você consegue escrever bem, mas comete muitos erros de ortografia. Acho bom estudar um pouquinho mais o português porque (esse sim, junto) demostra falta de cuidado com a linguagem.
Boa sorte.
Você é demais!
CARALHO! Que texto é esse???
Me arrepiei!
Obrigada por dizer o que nós, gordos, pensam, sabem, mas que os outros desprezam!
Te admiro por isso!! =)
Caraca, fantástico!!
<3
Jéssica, MUITO OBRIGADA por me fazer engolir todas essas verdades a respeito do meu corpo. Sempre fui fã de videos pornôs e sempre fui gorda… Mesmo tendo uma vida sexual bastante ativa, nunca me senti à vontade com a flacidez e todas as outras diferenças do meu corpo. De verdade, obrigada pelas palavras. 😉
Jura que você gastou seu precioso tempo de revisora ortografica pra comentar isso aqui? tsc tsc
É realmente impressionante a constatação óbvia que esses tempos interneticos nos trazem: HATERS is gonna HATE.
e pra autora do texto so posso dar meus sinceros parabéns pelo belo e libertador texto.
Amei o texto e vou cita-lo em um forum de discussao de uma comunidade liberal, se você permitir.
Parabéns pelas reflexões inquietantes e sinceras.
Jessica,
Foi meu namorado que me mandou esse texto. Mesmo ele não sendo mulher, se identificou muito com o que você relatou. E eu também.
Quando adolescente, odiava a ideia de um dia tirar a roupa para transar. Eu queria poder transar de roupa (e sim, já fiz isso).
Sempre tive muito prazer na minha vida sexual, tanto com meninos quanto com meninas, e nunca fui dada às vaidades do corpo (exercícios, depilação etc). Mas a hora de tirar a roupa é sempre uma tortura e já cheguei a perder o tesão nesse momento.
É claro que estamos trabalhando isso tudo, mas acredito que trabalhar isso coletivamente (como estamos fazendo nesses comentários e desabafos) é muito mais efetivo.
Obrigada pelo texto. As fotos do post, o header do blog, tá tudo bonito demais. Estamos juntas.
Texto bom é assim: transmitir um sentimento ao leitor. Ortografia é a última coisa que vou reparar depois de ler um texto tão tocante assim. Parabéns mesmo! Eu sou gorda e já tive a infelicidade de namorar dois caras que me crisaram completamente quanto ao sexo por causa do meu corpo. Eles foram embora e ficou a insegurança, mas textos como o teu me fazem me aceitar um pouco mais a cada dia. Abraço bem apertado. ♡
Adorei o texto. Não lembro de deixar de transar por ter vergonha. Mas, normalmente, sempre que eu ia pra cama com alguém (principalmente se era a primeira vez que eu ficava com a pessoa), sempre ficava insegura por causa do meu corpo (e olhe que não sou “muito gorda”. em comparação com as meninas das fotos, sou magra). Ficava pensando no quanto a pessoa acharia feio os meus seios, a minha barriga, minha bunda e coxas com celulites e estrias, e até minha vagina (que foge do “padrão estético” do que seria uma “vagina bonita”, como algumas mostradas em alguns pornôs. Todas ‘fechadinhas’, ‘lisinhas’, ‘branquinhas’…). Tinha receio até que a pessoa perdesse o tesão. Com os meus namorados, com o tempo, essa insegurança ia diminuindo. Aceitei até transar de luz acesa (mesmo nas primeiras vezes), mesmo não sendo algo que eu gosto muito. Prefiro um meio termo entre o claro e o escuro, pois me sinto mais confortável assim. Mesmo com toda essa insegurança, eu tentava deixar de lado as preocupações e tentava aproveitar. Ainda não me sinto segura com meu corpo, não só na hora do sexo como “socialmente” também. Estou tentando melhorar, mas é difícil pra mim. Adoraria me livrar dessa ideia de “corpo perfeito” que a mídia e a sociedade impõem, e me aceitar e me amar do jeito que sou, mas é complicado. Enfim…
Obrigada e parabéns por seu ótimo texto, Jéssica!
Jessica, muito tocante o seu texto. Muito lúcido, muito claro. Incrível! Vivemos mesmo uma ditadura daquilo que pode ser belo e isso tem gerado cada dia mais pessoas frustradas e insatisfeitas. Ah! Se as pessoas aprendessem a enxergar as coisas da maneira que vc expõe, a se entregar ao prazer, ao momento, ao sexo… Adorei o texto.
Adorei o texto. Fui representada em vários momentos. A sensualidade da mulher gorda existe? Sim, existe, mesmo que a maioria diga que é feio, relaxado, nojento. Existe e é uma sensualidade bonita, pois amar a si mesmo e dar valor à este auto-amor é belo, é sinestésico, é prazeroso e sensual…
Obrigada por descrever estes sentimentos…
Haters ARE gonna hate
sorry, mas erros de ortografia incomodam de verdade algumas pessoas e isso não quer dizer ser hater.
Sei de tudo isso mas a questão é lidar com as pessoas estereótipadas , que só querem transar com a bundinha pequena e dura , o peitinho de silicone . Aí sim as minhas dúvidas , medos , frustrações aparecem , aí eu desisto de sexo com tal pessoa . O texto é incrível Parabéns , e as imagens também 🙂
Lindo, Jéssica!! Demais da conta!… Alforria dessas amarras que sabe-se lá quem nos impõe e tanta gente segue de olhos fechados. Gratidão por esclarecer tanta coisa que tá na nossa cara e a gente acaba nem vendo… Você é uma linda!
Letras, ortografia, linguagem, tudo está submetido ao objetivo maior: o sucesso da comunicação. No frigir dos ovos, parece-me claro quem aqui conseguiu uma comunicação rica, exuberante e bem sucedida. Sem mais, parabéns Jéssica! Parabéns pessoas!
Parabéns. Eu só posso dizer isso depois de simplesmente ler o post mais incrível e sincero de toda a minha vida. Você descreveu perfeitamente como as gordinhas se sentem (eu no caso, me sinto) E só posso realmente dizer isso. Parabéns e obrigada.
Que lindooo! Arrasouuuuuuuuuuuuu
Que texto mais lindo e bem escrito e condizendo com tudo o que acontece nesses momentos.
Ainda tem gente , que é gente nesse mundo <3 Parabéns!!!!!!
Adorei o texto e me mostrou uma forma nova de lidar com meu corpo. Já cheguei a terminar com um cara que eu gostava porque me achava gorda demais pra transar com ele e acharia que quando ele me visse sem roupa ela não ia me querer mais. Como você mesma disse, coisas impostas pela mídia! Talvez ele me achasse ideal! Mas o problema é comigo, eu me achava gorda demais, feia demais, não estava bem comigo mesmo, porque me achava gorda. Hoje me vejo de uma forma diferente, gosto mais de mim bem do jeito que eu sou. E como diz um certo ”ditado” de um autor desconhecido: ”Não nasci pra ser barbie, viva as gordas.” Rs um beijo!
É horrível passar por muito do que foi dito, mas é um alívio saber que não estou sozinha. <3
Poxa, esse foi o primeiro texto que li do seu blog e confesso que::::::::::amei.
Foi um tanto libertador para mim e as imposições que eu me submetia.
Sexo deve ser tratado mais como algo humano e não mercadoria, né miga?
Parabéns, gostei do seu cantinho.
🙂
Menina do céu… O que é esse texto???
Cheguei a seu blog através do Feminiciantes, justamente esse texto, e me chamou a atenção o nome.
Ao chegar aqui, sem exatamente saber o que esperar – apesar do titulo – me espantei com o quão próximo de mim estava isso.
Simplesmente muito obrigada! Você de verdade não faz ideia do quanto esse texto me ajudou.
Me sinto tocada a cada verso , gata.
MEU.
DEUS.
QUE TEXTO MARAVILHOSO! <3
Texto maravilhoso! Texto que TODAS pessoas deveriam ler, sem exceção! Amo seu blog, o jeito como dispõe seus pensamentos e expõe temas que não são e precisam ser expostos! Convivo com o transtorno dismórfico corporal, minha infância existiu sendo ridicularizada por pessoas cruéis e eu cai na besteira de fazer exatamente o que elas tanto apontavam que eu deveria fazer (não para me verem bem, mas pelo simples prazer de apontar), emagreci 20 kg com acompanhamento nutricional mas sempre fui muito saudável, acreditava na época que com meu emagrecimento todos os problemas de minha vida iriam milagrosamente desaparecer e não foi isso o que aconteceu, para minha surpresa! Meu quadro de tdc só se agravou e junto com ele veio a depressão mas eu me recusava a buscar ajuda pois minha mente me passava a mensagem que eu merecia! Crescendo mais, agora na adolescência, conheci pessoas, beijei, namorei, tive um relacionamento abusivo com uma pessoa gordofobica (Péssimo, Jesz, mas só fui descobrir depois de uns meses de namoro!) e agora a parte que realmente se encaixa com o post: minha primeira vez eu fiz de roupa por vergonha do meu corpo! Meu primeiro contato com o sexo também foi através de filmes pornograficos e eu não entendia o porquê de tudo acontecer de uma mesma maneira, minha ideia de sexo era tão diferente, tão amorosa, tão natural e me deparo com um homem agressivo apertando os seios de uma mulher que estava com uma imensa feição de dor estampada em seu rosto. Depois de ter me libertado do relacionamento abusivo entrei em outro com uma pessoa que aos poucos ama minha flacidez, minhas manchas na pele, estrias e celulites, entrei em um relacionamento comigo mesma!!!! É um passo de cada vez à procura da verdade,da cura/controle do tdc, da vida imperfeita, com gordurinhas e dias de mau humor, desconstruindo padrões, refazendo conceitos e destruindo preconceitos, com os outros e comigo mesma! A elevação da autoestima e a felicidade com ela, trascendeu meu corpo e minha alma e encontrou minha alma gêmea, hoje vivo um poliamor, sendo perdidamente apaixonada por mim e por meu namorado! Jesz, eu gostaria de agradecer por ser a pessoa que você é e ter a coragem que você tem, você é muito querida por suas leitoras é muito admirada também, tenha certeza disso! Deixei aqui um pouquinho da minha história e mesmo que não me conheça, você faz parte dela, eu não sabia que existia a possibilidade de se amar, você é um exemplo de pessoa pra mim! Desculpa o comentário gigante, milhões de beijos!
Ai Maria Clara, que comentário mais amor esse teu!
Eu que só tenho a agradecer por vc se sentir confortavel em me contar sua vida, um pouquinho do que passou. Fico extremamente lisonjeada com as palavras e pelo carinho. Cada passo por vez e vamos adquirindo e expandindo nosso amor próprio, juntas, uma fortalecendo a outra mesmo que sem saber.
Força na tua caminhada sempre, desejo um lindo ano pra você com muito axé e amor na tua vida!
Beijão <3
ME DIZ PQ NAO CONHECI SEU BLOG ANTES? Por que gastei tanto tempo na bad por que quando eu deito de lado a barriga ‘escorre’ pro lado do colchão? AMO MINHAS DOBRINHAS! Minha mãe tem até apelido pra elas desde que eu era pequena kkk bjs miga arrasa
Mt bom esse texto, vc tem mt sensibilidade para escrever, fico feliz em ter lido isso, bom saber que oq sinto não é algo da minha cabeça ou Neura q crio. Me identifiquei em vários momentos no texto. Eu tinha um relacionamento abusivo desde a adolescência, e ele fazia violência psicológica comigo, após mts anos eu consegui me libertar, mas desde então sempre achei q nunca conseguiria ter relações com mais ngm, por causa do meu corpo e pela minha aparência, como alguém ia gostar de mim se nem eu mesmo gostava? Acho impossível! msm com as melhores manas não consego conversar pq elas não entendem, por mais q digam q sim, a sensação que tenho é que não. Parece q tenho q justificar minha existência todo dia, não só pro mundo mas pra mim tb, e isso dói. Agradeço ao texto e sua sensibilidade, me sinto mt representada por vc e espero um dia ser tão forte qto.
Ame o seu corpo. Sempre e muito. Ame as suas imperfeicoes ate voce descobrir que elas sao a sua historia e que seu corpo e, sempre foi e sempre sera perfeito.
Você é incrível
Parabéns sabias palavras você não imagina o alivio que esta trazendo a tantas pessoas que sofrem com esse tabu.
Oi garotxs
Primeiramente queria dizer que o texto é maravilhoso. Eu não sou gorda, sou magra, tipo bem magrinha (nos dizeres da família: “anêmica”, “desnutrida”, “raquítica”, “miúda”), e até me encaixo em alguns padrões, e mesmo assim me senti muito contemplada pelo texto porque sempre tive problemas de autoestima e de aceitação do meu corpo. Ao mesmo tempo acho que pra meninas (e pros meninos também) gordas, gordinhas ou obesas é muito mais difícil, porque por mais que elas se sintam bem com o próprio corpo, sempre tem uma tonelada de propagandas, dizeres populares, novelas, filmes, círculos sociais e etc. dizendo q elas não podem se aceitar assim, e com o advento do mundo (e de certa forma da ideologia) fitness surgiu a justificativa de “emagrecer pela saúde”, que usada de super má fé pra criticar as minas que estão fora desse padrão panicat.
Segundamente, a forma como você tratou os detalhes atingiu as questões concretas que todas nós sempre pensamos, e nos privamos, nos restringimos, nos atamos, deixando de aproveitar tudo que poderíamos muitas vezes em função se sustentar relações que não são saudáveis para nós.
Escreva mais, foi reconfortante ler esse texto e se sentir acolhida tanto por ele quanto por vários comentários das minas que também sentem o mesmo, mesmo estando cada uma com sua questão específica.
Eu me vi nesse post.